sábado, 20 de abril de 2019

AD1 – LÍNGUA PORTUGUESA INSTRUMENTAL E GABARITO

AD1 – LÍNGUA PORTUGUESA INSTRUMENTAL E GABARITO

Nesta Avaliação a Distância, você vai escrever um artigo jornalístico de opinião sobre a seguinte questão:
O currículo do Ensino Médio brasileiro deve ser modificado?
Em caso negativo, justifique sua opinião. Em caso afirmativo, proponha soluções. Qualquer que seja sua posição sobre o tema, selecione e elabore argumentos para sustentá-la. Imagine seu texto como um artigo de opinião que pudesse ser publicado em uma revista ou jornal.
Antes de escrever o trabalho, é indispensável estudar a aula 11, que trata da argumentação (entre outros tipos textuais). Também como preparação para o trabalho, você talvez considere útil ler alguns exemplos de artigos de opinião. Além dos que podem ser encontrados em bons jornais e revistas recentes, você ainda dispõe dos seguintes exemplos na sala de aula da disciplina (entre os materiais de enriquecimento da Unidade 1):
 O direito de buscar a felicidade
 Vegetarianismo radical
 Games violentos não fazem mal
 Ou você ou a cobaia
A presente proposta de trabalho inclui, em anexo, um artigo jornalístico para facilitar sua reflexão inicial sobre o tema proposto. Na sala de aula virtual, você encontra um link para uma reportagem (Pisa: o diagnóstico de um apagão) e para mais um artigo (Quantas gerações serão perdidas?) que também podem ajudar a aprofundar suas reflexões. Se quiser, pode fazer referência a esses textos em seu trabalho.Você ainda pode enriquecer seu texto por meio de consulta a outras fontes de informação, muitas das quais é possível encontrar na internet. Mas tenha cuidado: você não deverá copiar os textos que ler – nem mesmo o texto anexo a esta proposta. Se uma citação for necessária para melhor fundamentar suas ideias, use aspas e indique a fonte. No entanto, seu texto não pode ser composto, no todo ou em sua maior parte, apenas de citações, ainda que as fontes sejam corretamente indicadas. Você deverá apresentar suas próprias reflexões e opiniões.
Observe as seguintes especificações sobre a apresentação do trabalho:
Apresente o texto em um arquivo Word, PDF ou similar, digitado em fonte Times New Roman 12 ou Arial 11 (como preferir), em espaço 1,5, alinhamento justificado,
O texto deve ter no mínimo 20 e no máximo 35 linhas.
Critérios de avaliação
O valor total do trabalho é de dez pontos, que serão assim atribuídos:
1. Coerência com a proposta (atendimento aos detalhes da proposta de trabalho, conforme especificados acima, incluindo a observância do gênero textual pedido, a observância do tema, a formatação gráfica e a extensão estipuladas) – 2,0 pontos
2. Correção ortográfica e gramatical (pontuação, ortografia, concordância, regência, colocação, estruturação das frases, seleção vocabular, adequação de registro) – 3,0 pontos
3. Conteúdo e desenvolvimento (originalidade das ideias; aprofundamento, detalhamento e organização das ideias; qualidade da argumentação; clareza de expressão; coerência interna e externa; coesão textual) – 5,0 pontos
IMPORTANTE – Receberão nota zero:
 Trabalhos que fujam inteiramente à proposta feita (por exemplo, que tratem de outro tema, ou que apresentem um texto de outro gênero que não um artigo jornalístico de opinião).
 Trabalhos em que se caracterize cópia integral ou parcial de outros textos de quaisquer fontes, inclusive do texto anexo a esta proposta (mesmo com a indicação da fonte).
 Trabalhos que sejam idênticos ao de um outro aluno, não importando qual tenha sido o original, e qual a cópia.
 Trabalhos que sejam compostos principalmente de citações, ainda que com as devidas referências.
ANEXO – Texto para reflexão inicial
Ensino médio com sabor de jabuticaba
Claudio de Moura Castro
Ainda que tardiamente, universalizamos o ensino fundamental. O ensino médio parecia ir pelo mesmo caminho, mas encruou. Pior, muito antes de atingir uma cobertura aceitável, está encolhendo. Some-se a isso o fato de que os alunos aprendem pouquíssimo. É hoje o nível que traz mais perplexidades. Nossos alunos têm um nível médio de compreensão de leitura equivalente ao de europeus com quatro anos a menos de escolaridade. Ademais, a sua variedade é imensa. Alguns são tecnicamente analfabetos ao entrar no médio. Mas há os geniozinhos de Primeiro Mundo. Uns gostam de teatro, outros de química. Uns de equações do terceiro grau, outros de música. Uns aprendem rápido, outros ainda precisam aprender a ler!
Em busca de inspiração, quem sabe damos uma espiada no que fazem os outros países? Uma viagem pelos mais avançados vai mostrar dois modelos de organização do ensino médio. Na Europa, o modelo dominante lida com a variedade de interesses e competências dos alunos, mediante a criação de alternativas escolares para cada perfil. Por exemplo, na França há cursos profissionalizantes que dão e que não dão acesso ao superior, sem abrir mão da profissionalização. E há os cursos que levam ao bacharelado, com vários sabores: os futuros poetas evitam as matemáticas, outros chafurdam nas equações, uns são mais difíceis, outros menos recheados de teorias.
No modelo americano, todos frequentam a mesma escola, mas há uma variedade estonteante de disciplinas, ao gosto do freguês, seja no assunto, seja no nível de dificuldade. Cada um faz seu currículo. E como é a escola que oferecemos? Tomamos o currículo fixo das escolas europeias e a alternativa da escola única dos americanos. Ou seja, escola única com currículo único. E, se só existe no Brasil e não é jabuticaba, será que pode prestar? É estarrecedor que não se critique essa aberração.
Alvíssaras, o MEC pensa em diversificar o ensino médio. Mas como? Há quinze disciplinas obrigatórias (mais o inglês, inevitável). A lei não deixa tirar nenhuma delas. O campo de manobra é ridiculamente estreito para fazer algo parecido com o que existe na França (ou com o que já tivemos). Só dinamitando a legislação tacanha que
criou essas reservas de mercado para professores disso ou daquilo. São plausíveis as justificativas de cada disciplina. O problema é que, somadas, elas criam um monstrengo grotesco.
Mas é ainda pior, pois, como se pode ver nos livros, há assuntos demais dentro de cada disciplina, como se todos fossem gênios e o tempo de aula fosse o dobro. Como nos diz a teoria cognitiva – e Whitehead, lá nos idos de 1917 –, o que quer que se ensine tem de ser em profundidade. Com a inundação de conteúdos, nada se aprende, mas de tudo se ouve falar. Sabemos que só se aprende quando se aplica, mas falta tempo para lidar com exemplos, projetos e pesquisas. Sem isso, nada feito. Soma-se ao desastre uma jornada escolar excessivamente curta, além das greves e do mau uso do tempo. Aqui não dá para falar do ensino técnico, que soma enguiços e mais mil horas em um currículo já sobrecarregado.
Não bastasse isso, ainda há o vestibular, com perguntas dificílimas, magnetizando o ensino, mesmo daqueles que não pretendem fazê-lo. Para piorar, muitos professores não têm a preparação mínima para a disciplina ensinada. Como consertar isso? Vejamos uma dieta mínima, ainda que politicamente impopular: 1. limitar dramaticamente as disciplinas obrigatórias, ficando com português, matemática e pouco mais; 2. redefinir as ementas, de forma que as exigências sejam explícitas e estejam ao alcance do aluno real; 3. variar os níveis de exigência, de acordo com o perfil dos alunos; 4. diversificar, para atender às preferências dos alunos, pela oferta de "sabores" diferentes (humanidades, ciências naturais, biológicas etc.); 5. enfatizar a aplicação das teorias em projetos e exercícios práticos (impossível com o dilúvio curricular de hoje) – note-se que não é profissionalização; 6. simplificar o acesso e mesmo encorajar excelentes profissionais sem licenciatura a ensinar as matérias afins à sua área (engenheiros, médicos, advogados, farmacêuticos etc.); 7. aumentar a jornada escolar em pelo menos uma hora para todos os alunos da escola, não apenas para um grupelho.
Publicado em Veja em setembro de 2011.
Disponível em
http://avaranda.blogspot.com.br/2011/09/claudio-de-moura-e-castro-ensino-medio.html
Adaptado para esta AD1.

GABARITO

FUTURO DO ENSINO MÉDIO
            Nos últimos meses a mudança no currículo do ensino médio foi um dos temas mais discutidos. As reações foram através de várias manifestações como protestos, greves, opiniões divergentes e perguntas sem respostas consistentes. Toda mudança que seja pra melhor é válida, porém é preciso observar a necessidade de algumas adaptações nessa lei para que o resultado no futuro seja positivo no processo de aprendizagem dos alunos e ainda se torne um atrativo para o jovem estudante que busca qualificação e por fim uma carreira.                                                                                                
           De acordo com o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que avalia o conhecimento de crianças entre 15 e 16 anos, comparou com estudantes na mesma idade de outros países concluiu que o desempenho brasileiro é igual a de alunos de dois ou três anos a menos de estudos. Diante desta avaliação, pode-se dizer que nossos estudantes não têm a capacidade para optar por qual disciplina deve fazer parte do seu currículo podendo ter seu desenvolvimento ainda mais prejudicado.
           A nova estrutura terá uma parte que será comum e obrigatória a todas as escolas e outra parte flexível. Excluir disciplinas que se julgam não essenciais na formação de um estudante e incluir outras que não agregam tanto conhecimento é um processo que deve ser analisado com bastante cautela visto que o tempo para a adaptação das escolas é pouco e outras barreiras devem ser superadas, como por exemplo, professores sem preparação mínima e muitas das vezes desmotivados, muito conteúdo para pouco tempo de aula e escolas desestruturadas.
           Antes de ser adotada essa modificação no ensino médio, precisamos de uma educação de qualidade e reformulada. Uma educação em que nos primeiros anos do ensino fundamental os nossos jovens tenham as ferramentas necessárias para decidirem o seu futuro. Segundo Claudia Costim, ex-secretária de Educação do Rio de Janeiro, “O modelo está esgotado. Não avançaremos mais sem preparar nossos professores”. Precisamos de uma política mais séria voltada para a educação com dedicação e investimento também na formação dos professores, pois sem o seu devido reconhecimento profissional e capacitação não ocorrerão mudanças significantes no processo pedagógico da educação.

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